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A exaltação da luz



[um Solo de Margarita]


Arquitetura gótica = amor sem fim.
Não, não se se trata de um fraquinho. É antes o impulso de meter o nariz em todos os cantos góticos, semi-góticos, neogóticos ou pseudo-góticos com que me vou cruzando. In loco, ou em literatura & imagem. 
E a pergunta habitual é: sentido religioso ou sentido histórico?


Meus caros, eu respondo: sentido poético. Uma catedral gótica é mais do que um templo religioso, ou um símbolo de poder. É um hino à alma e criatividade humanas. É a plenitude do homem, do seu dia-a-dia, da sua missão, do seu pensamento, dos seus medos, e da sua coragem. Conta a história dos homens e mulheres que nela e para ela trabalharam, dos que rezaram, até dos que ali negociaram. Conta a história dos palcos de justiça, de glórias, e de quedas. 
Tudo isto, num registo de espetacularidade que só na arte se consegue criar.


Le Carbusier disse, algures no tempo: “A arquitetura é o jogo sábio, correto e magnífico dos volumes dispostos sob a luz.” Um jogo de luz, para afugentar as trevas.


Mas não há nada melhor que um bom exemplo. Diria mesmo, o melhor exemplo da exaltação da luz. 


Sainte Chapelle
Alguns direitos reservados


A Sainte Chapelle, foi construída em pleno século XIII, já no esplendor gótico. Está em Paris, ali pertinho da irmã mais famosa, a catedral de Notre Dame. O estilo gótico nasce precisamente aqui -França.


Exterior da Sainte Chapelle








A catedral foi construída por ordem do rei Luís IX (São Luís). Este rei é um dos monarcas mais famosos da História de França, em particular pelo esplendor político e cultural atribuído à época em que reinou. 
São Luís participou nas (famosas) Cruzadas. E foi na sequência de uma das suas viagens que decidiu comprar algumas supostas relíquias, entre elas, a coroa de espinhos de Jesus Cristo. Para albergar tão valioso espólio, e também (ou talvez, sobretudo) para demonstrar o seu poder, Luís IX decidiu-se a construir este edifício.


Já agora, deixem-me acrescentar que o "valor de mercado" das relíquias era algo absolutamente exorbitante. Verdade. Para terem uma ideia, o valor pago por São Luís pela coroa de espinhos equivalia à construção de não uma, mas de três "Sainte Chapelles".











A "Capela Principal" oferece-nos os magníficos e gigantescos vitrais, o cartão de visita do monumento.












A cada passo, um detalhe irresistível.













Boas viagens!



Fazemos notar que as duas primeiras fotos deste artigo têm alguns direitos reservados, sendo a sua utilização condicionada. Todas as restantes imagens são de nossa autoria, sendo a sua utilização livre.


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